Dúvidas Português Parte 2 - Ortografia - Língua Portuguesa
20. A dúvida é: Vasos com lindos copos-de-leite ou copos de leite enfeitavam a sala?
A resposta é: Vasos com lindos copos-de-leite enfeitavam a sala.
Copos de leite, sem hífen, são copos com leite. Nesse caso, copo é copo e leite é leite. Quando nos referimos à flor, é copo-de-leite com hifens. E o plural é copos-de-leite. Segundo o Novo Acordo Ortográfico, em compostos com elemento de conexão, só haverá hífen se o vocábulo designar algo ligado à zoologia ou à botânica: banana-da-terra, joão-de barro…
Quanto à formação do plural, seguem a regra que manda pôr no plural somente o primeiro elemento da palavra composta ligada por preposição: bananas-da-terra, joões-de-barro, pés de moleque, pães de ló, pés de cabra…
No caso de copo d’água, não há hífen, mas aparece o apóstrofo, que indica a supressão de um fonema: copo de água = copo d’água, galinha de Angola = galinha d’Angola, para = p’ra… É importante observarmos que o sinal (’) se chama apóstrofo, e não apóstrofe, que é uma figura que consiste em dirigir-se diretamente a alguém ou alguma coisa. Apóstrofo é um sinal gráfico, e apóstrofe é uma figura de estilo semelhante a um vocativo.
21. A dúvida é: O caranguejo ou carangueijo está na bandeja ou bandeija?
A resposta é: O caranguejo está na bandeja.
Existem palavras em que a vogal “i” do ditongo “ei” é omitida na linguagem falada. Um exemplo disso é a palavra ameixa, que muitos pronunciam “amexa”. Entretanto há palavras em que ocorre o contrário, ou seja, acrescentamos uma vogal “i” indevida: “carangueijo”, “bandeija”, “prazeirosamente”, “beneficiente”… O certo é caranguejo, bandeja, prazerosamente e beneficente.
O certo é aleijado ou alejado? Nesse caso, o correto é aleijado. O verbo é aleijar, com ditongo “ei”. As palavras derivadas consequentemente também apresentam o ditongo “ei”: aleijado, aleijão, aleijamento…
22. A dúvida é: Sua ância ou ânsia é imensa?
A resposta é: Sua ânsia é imensa.
A palavra ânsia se escreve com “s”, embora a terminação “ância” seja, normalmente, com “c”: concordância, constância, discordância, elegância, estância, mendicância, vigilância…
Se a palavra ânsia se escreve com “s”, as palavras derivadas também devem ser grafadas com “s”: ansiedade, ansioso…
Devemos tomar cuidado com algumas semelhanças: farsa ou farça? Disfarsar ou disfarçar? Cansar ou cançar? Alcansar ou alcançar? O certo é: farsa, mas disfarçar; cansar, mas alcançar. Embora haja semelhança na pronúncia, são palavras de famílias diferentes: cansar, cansado e descanso são com “s”, mas alcançar, alcançado e alcançável são com “ç”.
23. A dúvida é: Usaremos um sistema audiovisual ou audio-visual?
A resposta é: Usaremos um sistema audiovisual.
Os prefixos ou elementos prefixais que se associam a termos bem modernos surgidos no século XX geralmente juntam-se diretamente, ou seja, sem hífen: audiovisual, audiometria, audiofrequência, bioterrorismo, estereofônico, hidroavião, macroeconomia, microcomputador, motosserra, radioamador, radiotáxi, telecomunicação, televenda, telessexo…
Segundo o Novo Acordo Ortográfico, só haverá hífen se a palavra seguinte começar por “h” ou “vogal igual”: mini-hospital, micro-ondas…
Bem-me-quer ou bemmequer? Mal-me-quer ou malmequer? Por incrível que possa parecer, aqueles que se querem bem andam separados por hífen, e aqueles que não se querem bem andam juntinhos. O certo é bem-me-quer e malmequer. Acredite se quiser.
24. A dúvida é: Vive à custa ou às custas do pai?
A resposta é: Vive à custa do pai.
Embora muito usada no plural, a locução prepositiva é “à custa de”. É importante lembrar que as locuções prepositivas de base feminina devem receber o acento da crase: à custa de, à mercê de, à base de, à procura de, à moda de…
Fato semelhante acontece com as locuções “de maneiras que” e “de modos que”. O certo é “de maneira que” e “de modo que”.
25. A dúvida é: Ele pediu a bênção ou benção ao padre?
A resposta é: Ele pediu a bênção ao padre.
Toda palavra paroxítona terminada em “ão” deve ser acentuada graficamente: sótão, órgão, órfão, bênção…
É importante lembrar que til é sinal de nasalização, e não acento gráfico. Há quem pense: como pode a palavra “bênção” ter dois acentos? Na verdade, há apenas um acento gráfico, que é o circunflexo.
O certo é acórdão ou acordão? Aí depende. Em linguagem jurídica, temos o acórdão, que é “a decisão final proferida sobre um processo por tribunal superior, que funciona como um paradigma para resolver casos análogos”. O plural de acórdão é acórdãos. Já o “acordão”, sem acento circunflexo, seria o aumentativo de acordo, seria um “grande acordo”. Nesse caso, o plural é “acordões”.
26. A dúvida é: Quero saber onde, quando e por quê ou por que?
A resposta é: Quero saber onde, quando e por quê.
Já sabemos que a palavra porque deve ser escrita separadamente nas perguntas diretas e indiretas. A novidade é o acento circunflexo, que é obrigatório quando a palavra que aparece no fim da frase: “Parou por quê?”; “Não tem de quê.”; “Disse não sei bem o quê.”; “Fez isso não sei para quê!”
Se a sequência dos advérbios interrogativos fosse alterada, a palavra porque, antes da vírgula, continuaria com acento circunflexo: “Quero saber por quê, onde e quando”.
27. A dúvida é: Trabalhou muito afim ou a fim de ser promovido?
A resposta é: Trabalhou muito a fim de ser promovido.
A locução a fim de (=para), que indica “finalidade”, deve ser grafada separadamente: “Estuda a fim de ser aprovado no concurso” (=para ser aprovado no concurso).
O adjetivo afim refere-se à afinidade e devemos escrever “tudo junto”, como se diz popularmente: “São pessoas afins”; “Elas tinham sentimentos afins”.
28. A dúvida é: Ele entrou mato a dentro ou adentro?
A resposta é: Ele entrou mato adentro.
Adentro é uma palavra só: “porta adentro, país adentro, noite adentro”. “A dentro”, escrito separadamente, não existe. Você poderia “ir para dentro”, mas não “ir a dentro”.
É bom lembrar que “entrar para dentro” não está errado, mas é uma redundância, já que ninguém pode “entrar para fora”.
Na frase “O Santos adentrou o campo de jogo”, temos o correto uso do verbo adentrar. O problema desse verbo é sua idade. Seu uso é um tanto antiquado. Hoje em dia, é melhor, dependendo do caso, substituí-lo por “entrar, ingressar ou penetrar”.
29. A dúvida é: Se caso ou acaso você viesse à reunião, poderíamos discutir o novo projeto?
A resposta é: Se acaso você viesse à reunião, poderíamos discutir o novo projeto.
Com a conjunção condicional se, só podemos usar acaso: “Se acaso você chegasse…”; “Se acaso o diretor quiser, podemos antecipar a reunião para as 10h”.
As conjunções se e caso são sinônimas. Ou usamos a conjunção se ou a conjunção caso. Ou uma ou outra: “Irei ao jogo se não chover” (=caso não chova); “Se você chegasse mais cedo…” (=Caso você chegasse mais cedo).
É possível usar acaso sem a conjunção se: “Acaso te disseram alguma coisa?”; “Isto aconteceu ao acaso”; “Ele veio por acaso”.
30. A dúvida é: Andou pelo país a fora ou afora?
A resposta é: Andou pelo país afora.
Afora, numa palavra só, significa “para o lado de fora” ou “ao longo” (tempo e espaço): “Saiu pela porta afora” (=para o lado de fora); “Estudou noite afora” (ao longo da noite = tempo); “Andou pelo país afora” (ao longo do país = espaço).
A fora, escrito separadamente, só existe em oposição a “dentro”: “De dentro a fora”.
A palavra afora também pode ser usada com o sentido de “à exceção de” ou “além de”: “Afora o diretor, todos estavam presentes na reunião” (=exceto o diretor, menos o diretor); “Compareceram todos os convocados, afora alguns curiosos” (=além de alguns curiosos).
31. A dúvida é: O governo deve tomar medidas antiinflacionárias ou anti-inflacionárias?
A resposta é: O governo deve tomar medidas anti-inflacionárias.
Segundo o Novo Acordo Ortográfico, agora é assim mesmo que se escreve: anti-inflacionárias (com hífen e com dois “is”). Com o prefixo “anti”, só usamos hífen quando a palavra seguinte começa por “h” ou “vogal igual”: anti-higiênico, anti-herói, anti-imperialista, anti-inflamatório… Se a palavra seguinte começar por qualquer outra letra, devemos escrever “tudo junto”, como se diz popularmente: antiético, antiaéreo, antivírus, antipopular, antirracista, antissocial…
Essa mesma regra se aplica ao prefixo “arqui”. Assim sendo, o correto é arquirrival, porém arqui-inimigo.
32. A dúvida é: Era uma criança mal-educada ou mal educada?
A resposta é: Era uma criança mal-educada.
O hífen é obrigatório pois se trata de um adjetivo: “Ele é um sujeitinho muito mal-educado”. Para ser adjetivo, é necessário qualificar um substantivo: mal-educada é a criança, mal-educado é o sujeitinho.
Bem e mal se tornam advérbios quando indicam o modo como alguém é educado: “A criança foi mal educada pelos pais”. Nesse caso, não há hífen. Poderíamos dizer que “a criança foi educada mal pelos pais”.
Fato semelhante ocorre com o adjetivo malcriado e o advérbio mal criado: “Era uma criança malcriada”; “A criança foi mal criada pelos pais”. A forma adverbial continua separada sem hífen. A novidade é que a forma adjetiva deve ser escrita junta, sem hífen. A regra diz que só devemos usar hífen quando o adjetivo é formado pelo elemento “mal” seguido de palavra que começa por vogal ou “h”: mal-educado, mal-agradecido, mal-intencionado, mal-humorado… Com as demais letras, salvo algumas exceções, devemos escrever “tudo junto”: malcriado, maldizer, malfalado, malquisto…
33. A dúvida é: Os decotes deixavam quase tudo amostra ou à mostra?
A resposta é: Os decotes deixavam quase tudo à mostra.
A locução “à mostra” significa “visível, patente”. As locuções adverbiais femininas devem receber o acento indicativo da crase: à toa, às claras, às pressas, à vista, à tarde, às vezes, à mão, à deriva, à beça, à tona…
Amostra pode ser o “ato ou efeito de amostrar(-se), pequena porção de alguma coisa, fragmento representativo de algo ou exemplo perfeito, completo”: “Ganhou uma amostra do perfume”; “Estes versos são uma amostra do talento do poeta”; “Ele é uma amostra notável de um grande anfitrião”.
Você sabia que mostra e amostra podem ser sinônimos? Podemos dizer “Isto é apenas uma mostra (ou uma amostra) do seu trabalho”; “Visitamos uma mostra (ou amostra) de fotografia”. E você sabia que o verbo amostrar também existe? Que é uma forma variante do verbo mostrar? Sem dúvida, a forma mais utilizada por nós é o verbo mostrar. A variante amostrar parece errada ou inexistente, mas existe e não está errada. É apenas uma forma menos usual e mais característica da linguagem popular.
34. A dúvida é: O gerente afirmou que sua empresa só trabalha com produtos comprovadamente antipoluentes ou antepoluentes?
A resposta é: O gerente afirmou que sua empresa só trabalha com produtos antipoluentes.
Os prefixos “ante” e “anti” são bem diferentes. O prefixo “ante” denota “anterioridade, precedência, o que vem antes”: antebraço, anteontem, antepenúltimo, anteprojeto, antecâmara, antemão, antediluviano, antepor… O prefixo “anti” significa “contra, em oposição a”: antiácido, antialérgico, anticaspa, anticoncepcional, anticorpo, antidepressivo, antidoping, antiético, antivírus, antipoluente…
Só devemos usar hífen após os prefixos “ante” e “anti” quando a palavra seguinte começa por “h” ou “vogal igual”: ante-histórico, anti-herói, anti-higiênico, anti-hipnótico, anti-horário, anterreal, anterrosto, antirracista, antirrepublicano, antirroubo, antirrugas, antessacristia, antessala, antissemita, antisséptico, antissocial, antissoviético…
35. A dúvida é: Ele considerou estranho ou estranha a troca?
A resposta é: Ele considerou estranha a troca.
É um caso simples de concordância nominal. O adjetivo (estranho) deve concordar em gênero e número com o substantivo (troca) ao qual se refere. Se troca é um substantivo feminino, o adjetivo deve concordar no feminino: troca estranha. O fato de haver uma inversão (=adjetivo antes do substantivo) não altera a regra: “…estranha a troca”.
Vejamos outro exemplo: “Não havia sido registrado qualquer coisa”. Está errado também. O que não havia sido registrado foi “qualquer coisa”. Se coisa é um substantivo feminino, a concordância é obrigatória: “Não havia sido registrada qualquer coisa”.
36. A dúvida é: Era a cicatrização de um problema muscular sofrida ou sofrido?
A resposta é: Era a cicatrização de um problema muscular sofrido.
Temos aqui um caso interessante de concordância nominal. O particípio “sofrido” refere-se ao problema, e não à cicatrização.
É importante lembrar que nem todas as palavras terminadas em “a” são substantivos femininos. Existem várias palavras terminadas em “a” que são masculinas: o problema, o emblema, o teorema, o telefonema, o trema, o tapa…
Na frase “Ficou com parte do corpo paralisado”, temos um erro mais sutil. É outro erro de concordância nominal. O particípio “paralisado” não se refere ao corpo, e sim à parte. Ele não ficou com o corpo paralisado, e sim com parte paralisada. O certo, portanto, é dizer que “ficou com parte do corpo paralisada”.
É o mesmo caso de “parte do lixo está sendo reaproveitada”. O que está sendo reaproveitada é parte, e não o lixo todo.
37. A dúvida é: Se aceitasse a proposta, ele receberia R$ 90 mil mensais ou mensal?
A resposta é: Se aceitasse a proposta, ele receberia R$ 90 mil mensais.
Mensal é um adjetivo, por isso deve concordar com o substantivo a que refere. No caso são R$ 90 mil (=plural), por conseguinte a concordância no plural é obrigatória: R$ 90 mil mensais.
Se fosse por dia, receberia R$90 mil diários; por semana, semanais; por ano, anuais. Poderia também ser um advérbio, caso se referisse ao verbo: “Ele vai receber mensalmente R$90 mil”.
E se ele fosse receber mil dólares de dois em dois meses? Seriam mil dólares bimensais ou bimestrais? Cuidado para não confundir bimestral com bimensal. De dois em dois meses é bimestral, e bimensal é duas vezes no mês. O mesmo ocorre com trimestral e trimensal. Quando o rendimento da caderneta de poupança era de três em três meses, o rendimento era trimestral. Trimensal é três vezes dentro do mesmo mês.
38. A dúvida é: Recebeu 4,2 milhões de dólares líquido ou líquidos?
A resposta é: Recebeu 4,2 milhões de dólares líquidos.
O problema é o uso do adjetivo líquido, que deverá ficar no plural para concordar com 4,2 milhões de dólares (=plural).
Outro erro frequente ocorre em frases do tipo “Eles transformam as pedras preciosas em dólares e depois em real.” Ora, se as pedras preciosas são transformadas em dólares, é porque não é um dólar só, são dólares no plural. Consequentemente, os dólares vão ser trocados por reais, no plural também. É uma questão de lógica. O certo, portanto, é: “Eles transformam as pedras preciosas em dólares e depois em reais”.
39. A dúvida é: Ganhou cerca de 1,5 milhões ou milhão de reais?
A resposta é: Ganhou cerca de 1,5 milhão de reais.
Cerca de 1,5 milhão de reais significa cerca de um milhão e quinhentos mil reais. Quando abreviamos R$1.500.000,00 para 1,5 milhão de reais, a casa do milhão é a que fica antes da vírgula. Observe mais exemplos: 2,1 milhões = dois milhões e cem mil; 1,3 bilhão = um bilhão e trezentos milhões; 4,1 bilhões = quatro bilhões e cem milhões.
A concordância com a palavra milhão, a princípio, deve ser feita no singular: “Um milhão compareceu à solenidade”; “Foi gasto um milhão de reais”. Quando o milhão vem acompanhado de um especificador no plural, a concordância torna-se facultativa: “Um milhão de pessoas compareceu ou compareceram à solenidade”. Existe hoje uma visível preferência pela concordância com o especificador, principalmente na voz passiva e com os verbos de ligação: “Um milhão de reais foram gastos”; “Um milhão de crianças já foram vacinadas”; “Um milhão de mulheres estão grávidas”.
40. A dúvida é: Havia muita ou muito pouca comida?
A resposta é: Havia muito pouca comida.
Para entendermos por que a palavra pouco concorda com o substantivo feminino comida (= pouca comida), e a palavra muito não se flexiona (= muito pouca), devemos dividir a explicação em duas partes: 1a) “pouca comida” – A palavra pouco, neste caso, é um pronome adjetivo indefinido porque acompanha um substantivo (= comida). Os pronomes concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem: “pouca comida”, “muita saúde”, “poucas pessoas”, “tantos livros”, “provas bastantes”; 2a) “muito pouca comida” – A palavra muito, neste caso, é um advérbio de intensidade porque se refere ao pronome adjetivo (= pouca), e não ao substantivo.
Os advérbios não apresentam flexão de gênero e número: “muito pouca…”, “Elas estão muito satisfeitas”, “As alunas estão pouco nervosas”, “As atletas ficaram bastante emocionadas”.
E você sabe quando é que se fala menas? Nunca. Só quando se fala errado. Não existe essa possibilidade. A palavra menos é totalmente invariável. Não importa se é advérbio ou pronome. Em qualquer situação, devemos usar sempre a forma menos. São inaceitáveis frases do tipo: “Veio menas gente”, “Isso é de menas importância”, “Chutou com menas força”, “Tinha menas pessoas”, “Nosso time teve menas chances”… A palavra menos, portanto, não apresenta flexão de gênero e número. O certo é falar sempre menos: “Vieram menos pessoas”, “Isso tem menos importância”, “Chutou com menos força”, “Tivemos menos oportunidades”…
41. A dúvida é: Está fazendo zero graus ou grau?
A resposta é: Está fazendo zero grau.
Zero é singular. Da mesma forma que dizemos “zero hora”, devemos falar “zero grau”. Vamos observar as comparações: “uma hora” = “um grau” = “um real”; “duas horas” = “dois graus” = “dois reais”.
Se zero é singular, é bom tomar alguns cuidados. Um programa que vai das 22h às 24h (das vinte e duas horas às vinte e quatro horas) pode ir das 22h à 0h (das vinte e duas horas à zero hora).
42. A dúvida é: É proibido ou proibida a entrada de estranhos?
A resposta é: É proibida a entrada de estranhos.
O adjetivo, na função predicativa, deve concordar com o substantivo se estiver determinado: “É proibida a entrada de estranhos”; “A cerveja é boa”; “Não foi permitida a nossa saída”.
Se o substantivo não estiver determinado, o adjetivo não concorda, isto é, fica no masculino singular: “É proibido entrada de estranhos”; “Cerveja é bom”; “Não é permitido saída a qualquer hora”.
Observe a diferença: “Aqui nesta sala muita gente não é bom” e “Aqui nesta sala muita gente não é boa”. No primeiro caso, o sentido genérico: estamos nos referindo ao excesso de pessoas na sala. No segundo exemplo, estamos afirmando que há muitas pessoas na sala que não são boas.
43. A dúvida é: Anexo ou anexas seguem as notas fiscais?
A resposta é: Anexas seguem as notas fiscais.
Anexo e anexado são formas adjetivas; devem, por isso, concordar: “O documento segue anexo”; “Os documentos seguem anexos”; “Os documentos foram anexados”; “Anexa vai a nota fiscal”; “Anexas vão as notas fiscais”…
Em vez de anexo, podemos usar a forma “em anexo”. O significado é o mesmo; a diferença é que “em anexo” é uma forma invariável. Assim sendo, não concorda: “Em anexo, seguem as notas fiscais”.
44. A dúvida é: Incluso ou inclusas seguem as notas fiscais?
A resposta é: Inclusas seguem as notas fiscais.
Incluso é uma forma adjetiva. Deve obrigatoriamente concordar com o substantivo a que se refere: “A planilha está inclusa”; “Inclusos seguem os comprovantes”.
Não devemos confundir incluso com incluído. Incluso é adjetivo, e incluído é a forma do particípio. Usamos incluído na formação da voz passiva e dos tempos compostos: “O atacante foi incluído na lista dos convocados”; “O diretor tinha incluído a sua sugestão na nossa lista de prioridades”.
45. A dúvida é: Elas moravam muito próximas ou próximo de nós?
A resposta é: Elas moravam muito próximo de nós.
A locução próximo de, quando significa “perto de”, é invariável: “Elas moravam muito próximo de nós” (=perto de nós); “Ela se sentou próximo do pai” (=perto do pai); “Próximo da ponte havia duas casas” (=perto da ponte).
Observe que os verbos não são de ligação: morar, sentar-se, haver.
A palavra próximo só concorda quando é adjetivo: “Eram pessoas muito próximas”; “Os primos ficaram mais próximos de nós”; “A casa era próxima da outra”.
Observe que agora os verbos são de ligação: ficar, ser.
“Ele morava próximo da ponte ou próximo à ponte”? Tanto faz. No sentido de “perto de”, podemos usar as locuções “próximo de” ou “próximo a”. As duas formas estão corretas.
46. A dúvida é: Os guardas vigiavam alertas ou alerta o portão principal?
A resposta é: Os guardas vigiavam alerta o portão principal.
O correto é “vigiavam alerta”, porque se trata de um advérbio, é o modo como os guardas vigiavam o portão principal. É importante lembrar que os advérbios são palavras invariáveis.
A palavra alerta se flexiona, ou seja, vai para o plural, quando exerce uma função adjetiva (=sinônimo de “atento”): “Eram guardas alertas” (=atentos).
O substantivo alerta, sinônimo de “aviso”, também se flexiona: “Os sentinelas deram vários alertas”.
47. A dúvida é: Na sua última coleção de inverno, predominavam os tons pastéis ou pastel?
A resposta é: Na sua última coleção de inverno, predominavam os tons pastel.
Embora a flexão seja aceita por alguns autores, devemos respeitar a tradicional regra que manda todo substantivo, na função de um adjetivo, ficar na forma neutra, ou seja, sem flexão de gênero e de número: “casacos vinho”; “sapatos areia”; “blusas gelo”; “manifestações monstro”…
Assim sendo, o correto é “camisas rosa”. O curioso é que esta regra também vale para os adjetivos compostos em que o segundo elemento é um substantivo: “camisas azul-piscina”; “calças verde-garrafa”; “blusas azul-céu”; “uniformes verde-oliva”…
48. A dúvida é: As polícias ou a polícia civil e militar foram chamadas?
A resposta é: As polícias civil e militar foram chamadas.
Quando um substantivo é seguido de dois ou mais adjetivos, temos duas opções: ou pomos o substantivo no plural ou deixamos o substantivo no singular e repetimos o artigo. Assim sendo, é correto dizer “as polícias civil e militar” ou “a polícia civil e a militar”.
Podemos dizer que foram hasteadas “as bandeiras brasileira, argentina e uruguaia” ou “a bandeira brasileira, a argentina e a uruguaia”.
Podemos aplicar regra semelhante com os numerais: “primeiro e segundo graus” ou “no primeiro e no segundo grau”; “quinto e sexto andares” ou “no quinto e no sexto andar”; “sétima e oitava séries” ou “a sétima e a oitava série”.
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