Aspectos Gerais
Agente Etiológico
O vírus da dengue é um arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família
Flaviviridae. São conhecidos quatro sorotipos: Den - 1, Den - 2, Den - 3 e Den
- 4..
Vetores Hospedeiros
Os vetores são mosquitos do gênero Aedes, popularmente conhecido como
pernilongo da dengue. Nas Américas (Norte, Central e do Sul), o vírus da dengue
persiste na natureza mediante o ciclo de transmissão homem - Aedes aegypti -
homem.
O Aedes albopictus é o vetor de manutenção da dengue na Ásia, mas, até o
momento, não foi associado à transmissão da
doença nas Américas.
doença nas Américas.
Modo de Transmissão
A transmissão se faz pela picada da fêmea do mosquito. De 8 a 12 dias após ter
sugado, o mosquito está apto a transmitir a doença. Não há transmissão por
contato direto de um doente ou de suas secreções para uma pessoa sadia, nem
através da água ou alimento.
Período de Incubação
O período de incubação da doença varia de 3 a 15 dias sendo, em média, de 5 a
6.
Período de Transmissibilidade
A transmissão ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do homem
(período de viremia). Esse período começa um dia antes do aparecimento da febre
e vai até o 6º dia da doença.
Suscetibilidade e Imunidade
A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal. A imunidade é permanente para
um mesmo sorotipo (homóloga). Entretanto, a imunidade por outro sorotipo
(cruzada ou heteróloga) existe de 3 a 6 meses. A suscetibilidade em relação à
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) não está totalmente esclarecida. Três teorias
mais conhecidas tentam explicar sua ocorrência:
- relaciona
o aparecimento de FHD à virulência da cepa infectante, de modo que as
formas mais graves sejam resultantes de cepas extremamente virulentas;
- na
teoria de Halstead, a FHD se relaciona com infecções seqüenciais por
diferentes sorotipos do vírus da dengue, num período de 3 meses a 5 anos.
Nesta teoria, a resposta imunológica na segunda infecção é exacerbada, o
que resulta numa forma mais grave da doença;
- uma
hipótese integral de multicausalidade tem sido proposta por autores
cubanos, segundo a qual se aliam fatores de risco às teorias de Halstead e
da virulência da cepa. A interação desses fatores de risco promoveria
condições para a ocorrência da FHD:
- Fatores
individuais: menores de 15 anos e lactentes, adultos do sexo feminino,
raça branca, bom estado nutricional, presença de doenças crônicas
(diabetes, asma brônquica, anemia falciforme), preexistência de
anticorpos e intensidade da resposta imune anterior.
- Fatores
virais: virulência da cepa circulante e sorotipo viral que esteja
circulando no momento.
- Fatores
epidemiológicos: existência de população suscetível, presença de vetor
eficiente, alta densidade vetorial, intervalo de tempo calculado entre 3
meses e 5 anos entre duas infecções por sorotipos diferentes, seqüência
das infecções (Den-2 secundário aos outros sorotipos) e ampla circulação
de vírus.
Embora não se saiba qual o sorotipo mais
patogênico, tem-se observado que as manifestações hemorrágicas mais graves
estão associados ao sorotipo Den-2. A suscetibilidade individual parece
influenciar a ocorrência de FHD. Além disso, a intensidade da transmissão do
vírus da dengue e a circulação simultânea de vários sorotipos também têm sido
considerados fatores de risco.
Aspectos Clínicos
A infecção pelo vírus da dengue causa uma
doença cujo espectro inclui desde infecções inaparentes até quadros de
hemorragia e choque, podendo evoluir para a morte.
Dengue Clássica
O quadro clínico é muito variável. A primeira manifestação é a febre alta (39º
a 40º), de início abrupto, seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia,
anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido
cutâneo. Hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o
aparecimento da febre. Alguns aspectos clínicos dependem, com freqüência, da
idade do paciente. A dor abdominal generalizada pode ocorrer, principalmente,
nas crianças, que, caracteristicamente, apresentam um quadro de manifestações
inespecíficas com destaque para a dor de garganta, diarréia e rubor facial. Os
adultos podem apresentar pequenas manifestações hemorrágicas, como petéquias,
epistaxe, gengivorragia, sangramento gastrointestinal, hematúria e metrorragia.
A presença de manifestações hemorrágicas não é exclusiva da FHD. É importante
diferenciar os casos de dengue clássico com manifestações hemorrágicas dos
casos de FHD. A doença tem uma duração de cinco a sete dias. Com o
desaparecimento da febre, há regressão dos sinais e sintomas, podendo ainda
persistir a fadiga.
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD)
Os sintomas são semelhantes aos da dengue clássica, porém, evoluem rapidamente
para manifestações hemorrágicas. Os casos típicos de FHD são caracterizados por
febre alta, fenômenos hemorrágicos, hepatomegalia e insuficiência circulatória.
Um achado laboratorial importante é a trombocitopenia com hemoconcentração
concomitante. A principal característica fisiopatológica associada ao grau de
severidade da FHD é a efusão do plasma, que se manifesta através de valores
crescentes do hematócrito e da hemoconcentração.
Entre as manifestações hemorrágicas, a mais comumente encontrada é a Prova do Laço Positiva.
Nos casos graves de FHD, o choque geralmente ocorre entre o 3º e 7º dia da
doença, na maioria vezes, precedido por dores abdominais. O choque é decorrente
do aumento da permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência
circulatória. É de curta duração e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à
recuperação rápida após terapia anti-choque apropriada.
Classificação da FHD definido pela OMS, quanto ao grau de gravidade:
- Grau I
- Febre + Prova do laço positiva
- Grau II
- grau I + pequenas hemorragias espontâneas
- Grau III
- Presença de Choque, pulso rápido e fraco, PA baixa
- Grau IV
- Choque profundo, ausência de PA e pulso imperceptível
Tratamento
Dengue Clássica
Não há tratamento específico. A medicação é apenas sintomática, com analgésicos
e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos, já
que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas e
acidose.
Febre Hemorrágica da Dengue
Os pacientes devem ser observados cuidadosamente para identificação dos
primeiros sinais de choque. O período crítico será durante a transição da fase
febril para a afebril, que geralmente ocorre após o terceiro dia da doença. Em
casos menos graves, quando os vômitos ameaçarem causar desidratação ou acidose,
ou não houver sinais de hemoconcentração, a reidratação pode ser feita em nível
ambulatorial.
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