Capitalismo
O capitalismo tem seu início na Europa. Suas características
aparecem desde a baixa idade média (do século XI ao XV) com a transferência do
centro da vida Econômica social e política dos feudos para a cidade. Depois
duma profunda estagnação o comércio saiu da inanição com o aparecimento de
excedentes oriundos das descobertas de novas terras que passaram a ser
comercializados.
As
Cruzadas (do século XI ao XII) também contribuíram muito para o reativamento
comercial. Ainda no século XIV o feudalismo passava por uma grave crise
decorrente da catástrofe demográfica causada pela Peste Negra que dizimou 40%
da população européia e pela fome que assolava o povo. Com a união de todos
esses fatores a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial
e, conseqüentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram,
minando, aos poucos, as bases do feudalismo. Os lucros dos senhores feudais
reduziram-se e eles "tiveram" de aumentar os impostos sobre os
servos. Estes começaram a rebelar-se e enfraqueceram o poder dos nobres. Os
reis, para manterem-se no poder, apegaram-se ainda mais à idéia de que eram
designados por Deus.
O
absolutismo teve defensores ideológicos como os filósofos Jean Bodin ("os
reis tinham o direito de impor leis aos súditos sem o consentimento deles"),
Jacques Bossuet ("o rei está no trono por vontade de Deus") e
Niccòlo Machiavelli ("a unidade política é fundamental para a grandeza
de uma nação"). Com o absolutismo e com o mercantilismo o Estado
passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais através
da exploração (metalismo). Isso para garantir o enriquecimento da metrópole.
Esse enriquecimento favorece a burguesia - classe que detém os meios de
produção - que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema
absolutista.
E com
as revoluções burguesas, como a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa,
estava garantido o triunfo do capitalismo. A partir da segunda metade do século
XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de
produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. Na Europa
Ocidental, a burguesia assume o controle econômico e político. As sociedades
vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do
privilégio de nascimento) e a força do capital se impõe. Surgem as primeiras
teorias econômicas: a fisiocracia e o liberalismo. Na Inglaterra, o escocês
Adam Smith (1723-1790), percursor do liberalismo econômico, publica Uma
Investigação sobre Naturezas e Causas da Riqueza das Nações, em que defende a
livre-iniciativa e a não-interferência do Estado na economia.
O
capitalismo é traduzido num sistema de mercado baseado na iniciativa privada,
monopolização dos meios de produção e exploração de oportunidades de mercado
para efeito de lucro. Exatamente no lucro concentra-se toda a crueldade e
irracionalidade do capitalismo que destina o sacrifício do trabalho de todos
para o enriquecimento de uma minoria. A burguesia provoca guerras e destrói
éticas para seu enriquecimento material. É inadmissível que o controle da
produção econômica e do mercado centralize-se nas mãos de uns poucos magnatas,
que provocam recessões e crises surpreendentes de acordo com seus interesses. O
quadro no qual o capitalismo se apresenta é a de crescente deterioração social,
com desemprego, fome e profunda miséria. Gera subdesenvolvimento, promove
guerras por interesses financeiros e por elas investe gigantesca quantidade de
dinheiro na indústria bélica. Essa corrida armamentista financia forças
terroristas que lutam contra regimes democráticos (como os CONTRA na Nicarágua
e inúmeros outros golpes de Estado financiados pelos maiores capitalistas, os
EUA).
A
militarização da sociedade é uma conseqüência cruel do capitalismo, bem como a
crescente concentração de riqueza nas mãos da oligarquia financeira. É a velha
história de que poucos têm muito e muitos têm pouco. Esse é o legado básico o
capitalismo. O capital financeiro rege nossas vidas. A idéia de um
desenvolvimento sustentável é ridicularizada e a democracia esvai-se nos
preconceitos contra grupos sociais e no sufocamento de pessoas que lutam por
justiça social e acabam jogadas no ostracismo. E atualmente a concentração de
riquezas tem aumentado vertiginosamente e proporcional à perda de direitos
trabalhistas. A educação e a saúde estão precaríssimos. Em nosso país, por
exemplo, mães passam dias e noites numa fila para que seu filho possa estudar.
Volta para casa sem a vaga e chora pelo futuro de seu sucessor. Sem educação
desde criança poucas chances terá de desenvolver seu potencial e pensar
criticamente.
Há também as crianças, e até
adultos, que morrem, e em grande número, por doenças de fácil erradicação ou
então por não ter o que comer. Ou alguém ainda não viu os nordestinos, os africanos
subnutridos há dias sem comer. Aquilo é real. Aquelas são pessoas reais. São
sofrimentos reais. Diante de tal constatação fica difícil defender o
capitalismo em qualquer plano que seja.
Acessem o melhor site de pesquisas e trabalhos escolares:
Nenhum comentário:
Postar um comentário